quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Literatura de Catequese : José de Anchieta


Os Jesuítas vindos ao Brasil com a missão de catequizar os índios deixaram inúmeras cartas, tratados descritivos, crônicas históricas e poemas. Naturalmente, toda essa produção está diretamente relacionada à intenção catequética de seus autores, entre os quais se destacaram os padres Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e principalmente, pelas qualidades literárias, José de Anchieta.
O Padre José de Anchieta veio para o Brasil em 1553. em companhia do Governador Duarte da Costa. Nunca mais deixando o país. Como todos os jesuítas que para cá vieram no primeiro século. Anchieta tinha como principal objetivo de seus trabalhos a catequese dos índios. E foi a catequese que deu a Anchieta motivo para fazer a maior parte de sua obra literária, chegou até a escrever um dicionário tupi-guarani.
De fato, grande número de seus poemas e peças teatrais - ou autos - visavam à catequese. Esses poemas e peças eram escritos em tupi, em português ou ainda nas duas línguas.
De suas obras destacam-se: Do Santíssimo Sacramento, A Santa Inês e Na festa de São Lourenço, Auto da Pregação Universal (autos).

Santa Inês

Cordeirinha linda,
Como folga o povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo.

Cordeirinha santa,
De Jesus querida,
Vossa santa vida
O Diabo espanta.

Por isso vos canta
Com prazer o povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo.

Nossa culpa escura
Fugirá depressa,
Pois vossa cabeça
Vem com luz tão pura. 

Vossa formosura
Honra é do povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo.

Virginal cabeça,
Pela fé cortada,
Com vossa chegada
Já ninguém pereça;

Vinde mui depressa
Ajudar o povo,
Pois com vossa vinda
Lhe dais lume novo.

Vós sois cordeirinha
De Jesus Fermoso;
Mas o vosso Esposo
já vos fez Rainha.

Também padeirinha
Sois do vosso Povo,
pois com vossa vinda,
Lhe dais trigo novo.

Não é de Alentejo
Este vosso trigo,
Mas Jesus amigo
É vosso desejo.

Morro, porque vejo
Que este nosso povo
Não anda faminto
Deste trigo novo.

Santa Padeirinha,
Morta com cutelo,
Sem nenhum farejo
É vossa farinha
Ela é mezinha
Com que sara o povo
Que com vossa vinda
Terá trigo novo.

O pão, que amassasses
Destro em vosso peito,
É o amor perfeito
Com que Deus amastes. 

Deste vos fartasses,
Deste dais ao povo,
Por que deixe o velho
Pelo trigo novo.

Não se vende em praça,
Este pão da vida,
Porque é comida
Que se dá de graça.

Oh preciosa massa!
Oh que pão tão novo
Que com vossa vinda
Quer Deus dar ao povo!

Oh que doce bolo
Que se chama graça!
Quem sem ela passa
É mui grande tolo,
Homem sem miolo
Qualquer deste povo
Que não é faminto
Deste pão tão novo.

Em suas peças, o padre José de Anchieta explorava o tema religioso, quase sempre opondo os demônios indígenas, que colocavam as aldeias em perigo, aos santos católicos, que vinham salvá-las. Vejamos um trecho de uma de suas peças mais conhecidas, o Autor de São Lourenço. 
Usava em seus textos uma linguagem simples, revelando acentuadas características de tradição medieval portuguesa.
Suas poesias estão impregnadas de idéias religiosas e conceitos morais e pedagógicos. As peças de teatro lembram a tradição medieval de Gil Vicente e foram feitas para tornar vivos os valores e ideais cristãos. Nas peças, ele está sempre preocupado em caracterizar os extremos como Bem e Mal, Anjo e Diabo, característica pré-barroca.

Elaborado por : Gabriel Carvalho / Jean Ferrarini Série/Turma:1°A 




Contexto histórico - Quinhentismo



-->>Na segunda metade do século XVI não forma escola literária valor histórico documental tem como tema central os objetivos da expansão marítima divide-se em duas tendências; econômicas e ideológicas (buscava cristãos e especiarias) A literaura informativa  reflete a visão dos europeus acerca do Brasil, trata-se de um conjunto de relatórios, documentos e cartas que visavam a descrição da nova terra. Descreve a colônia se organizando para a povoação Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel é a certidão de nascimento do Brasil Semelhante a um relatório, narrando os fatos em ordem cronológica, desde o começo da viagem, em 9 de março, até o momento de deixar o Brasil, em 2 de maio de 1500. Cronistas ou viajantes Pero de Magalhães Gândavo (História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente Chamamos Brasil)1576, Tratado da Terra do Brasil (1570) Gabriel Soares de Sousa – Tratado Descritivo do Brasil (1540) Padre Fernão Cardim- Tratado da Terra e da Gente do Brasil Pero Lopes de Souza – Diário de Navegação. Pero Vaz de Caminha – escrivão da armada de Cabral – Carta de Caminha literarura jesuitica surge em conseqüência da tentativa de catequização dos índios foi a melhor produção literária do quinhentismo brasileiro destaca-se a literatura pedagógica de José de Anchieta, cujas poesias e peças de teatro evidenciam o confronto entre a cultura européia e indígena. José Anchieta foi o primeiro a estudar a língua tupi-guarani.
Depois de 1500 , o Brasil ficou praticamente isolado da política colonialista portuguesa . Nenhuma riqueza se oferecia aqui às necessidades mercantilistas da época . Só depois de 30 anos da descoberta é que a exploração começou a ser feita de forma sistemática e , assim mesmo , de maneira bastante lenta e gradativa .
O primeiro produto que atraiu a atenção dos portugueses para a nova terra foi o pau-brasil , uma madeira da qual se extraia uma tinta vermelha que tinha razoável mercado na Europa . Para sua exploração , não movimentaram grande volume de capital , cuidado que a monarquia lusitana , sempre em estado de falência , precisava tomar . Nada de vilas ou cidades , apenas algumas fortificações precárias , para proteção da costa . Esse quadro sofreria modificações profundas ao longo do século XVI .
Sem o estabelecimento de uma vida social mais ou menos organizada , a vida cultural sofreria de escassez e descontinuidade . A crítica literária costuma periodiza o início da história da literatura brasileira com o Barroso , em 1601. Como se vê , já no século XVII . Assim , uma pergunta se impõe : o que aconteceu no Brasil entre 1500 e 1600 , no âmbito da arte literária .
Esse período , denominado de "Quinhentismo ", apesar de não ter apresentado nenhum estilo literário articulado e desenvolvido , mostrou algumas manifestações que merecem consideração . Podemos destacar duas tendências literárias dentro do Quinhentismo brasileiro : a Literatura de Informação e a Literatura dos Jesuítas .


Nomes: Hiury de Assis Pavione ; Mauro Alves Pedrosa Junior. 1º Ano "A"

Literatura Informativa

A literatura informativa, também chamada de literatura dos viajantes ou dos cronistas, consiste em relatórios, documentos e cartas que empenham-se em levantar a fauna, flora e habitantes da nova terra, com o objetivo principal de encontrar riquezas, daí o fato de ser uma literatura meramente descritiva e de pouco valor literário. A exaltação da terra exótica e exuberante seria sua principal característica, marcada pelos adjetivos, quase sempre empregados no superlativo. Esse ufanismo e exaltação do Brasil seria a principal semente do sentimento nativista, que ganharia força no século XVII, durante as primeiras manifestações contra a Metrópole
Com o crescente interesse dos europeus pelas terras recém-descobertas, expedições formadas por comerciantes e militares eram organizadas no intuito de descrever e noticiar a respeito das novas terras. Entre estes, estaria Pero Vaz de Caminha, escrivão que acompanhou a armada de Pedro Álvares Cabral, em 1500. Sua Carta a El-Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil é um dos exemplos mais importantes da literatura Informativa, de inestimável valor histórico.
É possível notar claramente o duplo objetivo do texto contido na Carta de Caminha, isto é, a conquista dos bens materias e a propagação da fé cristã, como demonstram os seguintes trechos:
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares  Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal sementequeVossa Alteza em ela deve lançar.

Nome: Breno Soares Gomes 1ºA